Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. Canção de Exílio presente em
Primeiros Cantos (1847), autoria de
Gonçalves Dias.
Estudei esse texto na minha última aula de Teoria da Literatura. Ele inclusive chegou a cair na prova.
Minha releitura favorita desta obra é essa aqui feita por ume estudante:
“Minha terra é a Penha
Omedo mora aqui
Todo dia chega a notícia
Que morreu mais um ali
Nossas casas perfuradas
Pelas balas que atingiu
Corações cheios de medo
Do polícia que surgiu
Se cismar em sair à noite
Já não posso mais
Pelo risco de morrer
E não voltar para os meus pais
Minha terra tem horrores
Que não encontro em outro lugar
A falta de segurança é tão grande
Que mal posso relaxar
‘Não permita Deus que eu morra’
Antes de sair deste lugar
Me leve para um lugar tranquilo
Onde canta o sabiá”#
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